terça-feira, 11 de novembro de 2025

Círculo Completo

(Tradução, com permissão do autor, do texto presente em [1], publicado em junho de 2022)

BlackRazor num verdadeiro resumo biográfico relacionado ao hobby... The Man's Life...

Ontem, Maceo (outro assassino élfico) conseguiu se reunir novamente à nossa campanha para uma sessão de quatro horas (mais uma mochila para encher de saque!)... Surpreendentemente, conseguimos inseri-lo de forma bastante plausível simplesmente dizendo que ele havia seguido o rastro de corpos e destruição pelo castelo (dissemos que seu personagem havia dormido até o meio-dia e só chegado ao local por volta das 2 da tarde), até o campanário/sala do tesouro. Mais surpreendentemente ainda, o grupo decidiu continuar suas explorações, derrotando, ao fim, três harpias (sangue élfico), um bando de falcões sanguinários, um ninho com cerca de 37 ratos gigantes, um ilusionista de 5º nível (Color Spray!), e uma maldita banshee. O relógio acaba de marcar 17h, restam quatro horas de luz do dia, e o grupo continua subindo para os telhados das torres em busca da Condessa, imaginando que uma vampira deve estar dormindo de cabeça para baixo em algum lugar, como um morcego gigante.

*suspiro* É isso que acontece quando as crianças já não podem assistir a filmes de vampiro. Pelo menos tanto Mace quanto Diego subiram de nível (4º e 5º, respectivamente). Todos ainda estão vivos, mas o ranger foi levado à insanidade completa depois de folhear um Libram of Ineffable Evil. Fazer o quê.

Algumas pessoas (mais recentemente Stacktrace) mencionaram o assunto da minha transição de um dos “principais defensores” do sistema B/X de D&D para alguém agora imerso até o pescoço em AD&D. Já que tenho umas quatro horas livres, resolvi aproveitar o tempo para registrar minha história pessoal (o melhor que puder) para os leitores interessados na “Evolução de JB.” Não sei se isso será tempo suficiente, mas vamos lá:

Por volta de 1981 (8 anos, 2ª série): enquanto estava em uma loja Fred Meyer, vi o jogo de tabuleiro Dungeon! em exposição e supliquei à minha mãe que o comprasse, citando o fato de que era indicado para crianças de 8 anos ou mais, e eu já tinha idade suficiente. Surpreendentemente, ela comprou (algo que até hoje me surpreende: minha mãe nunca foi de ceder a um filho implorando por algo). Fiquei um pouco decepcionado com o conteúdo... Eu pretendia comprar Dungeons & Dragons, já tendo ouvido falar desse jogo no pátio da escola (e, àquela altura, já conhecia termos como “classe”, “guerreiro”, “usuário de magia”, “assassino”, “mísseis mágicos”, “Demogorgon” e “Blackrazor”). Ainda assim, o jogo serviu como introdução aos conceitos mais básicos de D&D (masmorras, monstros, tesouros, portas secretas, feitiços que se esgotam, limo verde, etc.). Ele vinha com um par de dados D6 verdes de plástico com números gravados (em vez de pontos)... os primeiros que eu vi na vida. Ainda possuo esse jogo hoje... meus filhos o jogaram bastante 

Por volta de 1982 (8 ou 9 anos, 3ª série): descubro o conjunto Basic D&D editado por Moldvay na seção de brinquedos da J.C. Penney e (novamente) convenço minha mãe a comprá-lo, talvez explicando que esse era o jogo que eu procurava originalmente. Mais uma vez (surpreendentemente) isso funciona, embora talvez tenha sido em novembro e a ideia fosse que seria um presente de aniversário para mim. Já detalhei meu encantamento e a descoberta das maravilhas desse conjunto em outras postagens do blog. Li tudo de cabo a rabo, tive dificuldades com o módulo e, em vez disso, criei minha própria “masmorra” (um mapa de castelo, sem dúvida baseado em B2: Keep on the Borderlands, que os jogadores deviam sitiar).

Logo Depois: meus pais sediaram um caucus em casa para os Democratas locais. Eu estava no meu quarto, conduzindo minha aventura para meu irmão mais novo. Uma das democratas trouxe a filha, Jocelyn (um ano mais velha que eu), e minha mãe perguntou se ela podia jogar conosco. Dei a ela um halfling para jogar. Quando chegou a hora de ela ir embora, meu irmão já tinha morrido duas ou três vezes, e Jocelyn havia se infiltrado no castelo, evitado todos os guardas e estava a caminho do tesouro/sala de armas. Essa foi minha introdução a uma garota que se tornaria minha melhor amiga e, mais tarde, co-mestra de jogo.

3ª série: Eu jogo D&D principalmente com meu irmão e meu melhor amigo, Jason. Jason interpreta um ladrão chamado Sneakshadow. Jason é muito amigo de Scott (ambos têm mães solteiras, então passam bastante tempo juntos). A mãe de Jason é nossa técnica de futebol.

Verão de 1983: conheço Matt durante o verão, enquanto jogamos beisebol na Little League.

1983 (4ª série): Matt entra na nossa escola; nos tornamos amigos. Por volta de novembro, recebo o conjunto Expert de Cook/Marsh, provavelmente como presente de aniversário. Durante uma noite do pijama na casa de Matt (posso situar esse evento em dezembro, pois me lembro de assistir ao clipe dos Eurythmics, “Here Comes the Rain Again”, na MTV), criamos para ele um clérigo de nível alto para testar as regras do conjunto Expert (dando-lhe seguidores fanáticos e enviando-o para o deserto em uma missão para encontrar um dragão azul). Matt possui o jogo de tabuleiro Dark Tower, que eu jogo até tarde da noite, depois que todos já foram dormir. Ele também tem um álbum de vinil com histórias de Conan, o Bárbaro. Nos anos seguintes, mergulharemos na pilha de revistas Heavy Metal do irmão mais velho dele e compartilharemos uma paixão pelos livros de Thieves’ World.

Dezembro de 1983: Jocelyn me dá o Monster Manual de AD&D como presente de Natal. Ele é incorporado às nossas partidas, embora muito do conteúdo seja difícil de entender, já que ainda usamos o B/X como base das regras.

1984: Continuamos jogando D&D. Em algum momento desse ano, Jocelyn descobre um exemplar do Dungeon Master’s Guide no fundo de um baú de coisas antigas pertencentes a seu irmão mais novo, Lacey (11 anos mais velho que ela). Às vezes, ela me empresta o livro... muito dele é difícil de compreender ou completamente alienígena. No entanto, começamos a usar as tabelas de combate (que parecem combinar com as do Monster Manual) e a incorporar a extensa lista de itens mágicos, especialmente os artefatos e relíquias. Alguns efeitos são bem além do que eu entendo (satyriasis? ninfomania?), mas magias de troca de sexo sempre rendem boas risadas quando há meninos e meninas na mesa. A personagem de Jocelyn, Bladehawk, tornou-se a principal guerreira da campanha e é lendária por escapar de armadilhas mortais. Na casa de Jocelyn, mestro um jogo para quatro (?) jogadores, incluindo meu irmão, Jocelyn, Jason (acho) e o amigo dela, Brian Hackett. Brian tem um clérigo de nível alto com o feitiço Blade Barrier (e também um Hammer of Thunderbolts), que, por não encontrarmos nos meus livros de regras, eu proíbo de usar. Anos depois, encontro Brian no ensino médio (ele era júnior quando eu era calouro), e ele ainda me lembra com respeito como “The Dungeon Master”.

Outono de 1984 (10 anos, 5ª série): no treino de futebol, Matt me traz uma cópia de N1: Against the Cult of the Reptile God, perguntando se eu posso mestrá-lo para o grupo. A princípio fico desanimado com o nível baixo da aventura (nossos personagens B/X já atingiram alturas heroicas), mas começo a notar várias estranhezas: elfos de classe única, “longswords”, “ring mail” etc. Ao ler a capa (“para o jogo ADVANCED D&D”) e ver a faixa de níveis (1º a 3º), finalmente me dou conta de que “Advanced” não significa “Expert”, e que o Monster Manual e o Dungeon Master’s Guide pertencem a esse outro jogo misterioso. A chave gira na fechadura, o véu cai dos olhos — e tudo se revela.


Novembro de 1984 (11 anos, 5ª série): recebo uma cópia do Players Handbook de AD&D de presente de aniversário, a única coisa que eu queria. Agora, com meu exemplar do Monster Manual e o Dungeon Masters Guide de Jocelyn, finalmente podemos começar a jogar AD&D de verdade. Crio um personagem mago de nível alto para meu (agora) amigo Scott, tanto para aproveitar as novas regras (fator de inteligência! novos feitiços!) quanto para colocá-lo no mesmo nível dos outros PJs veteranos, Bladehawk, Sneakshadow e Sunstarr (o clérigo de Matt). Seu mago se chama Lucky Drake, nome tirado de um personagem de um livro da série Choose Your Own Adventure. Esse se tornará o núcleo do nosso grupo pelos próximos vários anos.

[EDIT: Agora acredito que o PHB tenha sido um presente de Natal, não de aniversário. Ainda acredito que recebi meu primeiro DMG um pouco depois.]

Dezembro de 1984 / Inverno de 1985: o namorado da minha tia, jogador de DragonQuest, me presenteia com meu próprio Dungeon Masters Guide de AD&D. Assim, não preciso mais pedir emprestado o da Jocelyn (como ela não estudava na mesma escola que o resto de nós, eu não a via com tanta frequência) e posso mergulhar de vez no livro e aprender as regras a fundo.


Inverno de 1985: Matt compra um exemplar de Deities & Demigods para AD&D (afinal, ele é o cara do clérigo, lembra?) e imediatamente o incorporamos ao nosso jogo. Sneakshadow luta contra Thor e o mata.

Primavera de 1985: descubro os apêndices no final do PHB ao tentar entender as referências a psionics e bards nas tabelas de combate do DMG (antes disso, eu não havia terminado de ler o PHB, achando que a segunda metade era apenas “todos os feitiços”). Crio imediatamente meu próprio personagem: um bardo meio-elfo com poderes psiônicos chamado Landon Weiguard. Mostro-o para Jocelyn. Jocelyn demonstra interesse em começar a mestrar também.

Por volta do outono de 1985 (11 anos, 6ª série): Jason sai da nossa escola. Além disso, sua família torna-se cristã renascida (Born Again Christians), e sua mãe passa a não permitir que ele jogue D&D. Eu o vejo apenas algumas vezes depois disso. Jocelyn e eu decidimos encerrar nossa campanha original e recomeçar tudo (todos os personagens de 1º nível!) agora estritamente dentro das regras de AD&D. Nós dois alternamos como Mestres de Jogo.

Novembro de 1985 (12 anos): meu irmão me dá o Unearthed Arcana de presente do meu 12º aniversário. Jocelyn já tem seu exemplar (e havia incorporado a comeliness e o restante das novas regras à nossa campanha). Acredito que tenha recebido Legends & Lore em dezembro, talvez como presente de Natal. Esses livros formariam a base do nosso “cânone” daqui em diante, com apenas pequenas adições ocasionais de artigos da revista Dragon ou do conjunto Companion de Mentzer (que Jocelyn possuía).


1985 a 1988: jogamos AD&D. As funções de Mestre de Jogo são divididas entre Jocelyn e eu. Quando eu mestro, costumo usar módulos oficiais de AD&D, em vez de material original. Jocelyn também usa algumas aventuras prontas (incluindo Ravenloft — embora eu não tenha participado dessa — e Castle Greyhawk). Em certo momento, reiniciamos a campanha uma segunda vez (passamos a distinguir as “eras” de jogo: a Campanha Original, a Primeira Campanha de AD&D e a Nova Campanha), começando novamente com personagens de 1º nível. Dessa vez, usamos o mapa de World of Greyhawk, mas adicionamos nosso próprio conteúdo (facções, política etc.). Temos alguns módulos de DragonLance (somos fãs dos romances), mas só usamos os mapas, considerando as aventuras em si “terríveis”. Com o tempo, Jocelyn assume mais o gerenciamento da campanha, enquanto eu fico (em geral) satisfeito em apenas jogar. Também exploramos outros RPGs: jogamos bastante Marvel, BattleTech, um pouco de Star Frontiers e experimentamos James Bond e Twilight 2000; também tivemos nosso primeiro contato com Warhammer 40,000 (somente o livro — ninguém comprou miniaturas). Mesmo assim, AD&D continua sendo nosso jogo principal.

Primavera/Verão de 1988 (14 anos): Jocelyn e eu brigamos. Crianças brigam umas com as outras: faz parte da vida. Ao longo dos anos, Jason, Scott ou Matt às vezes ficavam “de fora” do grupo, mas sempre (de algum jeito) acabávamos nos reunindo novamente. Ao fazermos a transição para o ensino médio (os meninos... Jocelyn, com 15 anos, já estava lá), dessa vez fui eu quem ficou de fora... e o grupo nunca se recuperou. Acabamos todos indo para escolas diferentes, cada um seguindo seu caminho.

1988–1991 (ensino médio): faço novos amigos, alguns dos quais jogam AD&D. Mas não jogo AD&D com eles... em vez disso, jogamos sistemas da Palladium (Heroes Unlimited, TMNT, Rifts), Stormbringer e, mais tarde, Vampire: The Masquerade. Ainda assim, continuo colecionando módulos antigos de AD&D quando os encontro, incluindo White Plume Mountain e Against the Giants. Por cerca de um ano, mestro uma campanha de AD&D para meu irmão e seu melhor amigo, Brandon, até o nível 12. Faço isso principalmente para testar módulos que nunca havia rodado antes (incluindo a trilogia Desert of Desolation, séries I3, I4 e I5) e tentar reviver a magia das minhas campanhas antigas. Não dá certo, e eu paro de jogar AD&D.

1991–1995 (universidade): jogo um pouco, principalmente títulos da White Wolf (Vampire, Werewolf, Mage, Ars Magica 3ª edição). Perto do fim da faculdade, um dos meus amigos (Joel) sugere que iniciemos uma campanha de AD&D; eu aceito, mas apenas com a condição de que seja de 1ª edição, nada dessa porcaria de 2ª edição [2]. Ele concorda, mas a conversa não vai a lugar nenhum (nenhuma criação de personagem, nada).

1996 (após a formatura): morando com uma namorada que não era jogadora, mergulho de cabeça em Warhammer 40K. A verdade é que nosso relacionamento estava em crise (ficaria entre altos e baixos por mais um ano, até outubro de 1997), e entrar em algum tipo de jogo parecia necessário para manter minha sanidade. Uma loja de jogos perto do nosso apartamento realizava torneios de 40K. Acabamos terminando (e eu me mudo) antes de ela partir para o Novo México para fazer pós-graduação.

1997–1999: sem jogos de verdade nesse período, embora eu conheça alguns caras (Kris, James e Alex) que haviam jogado D&D na juventude. Em 1998, mestro uma ou duas sessões abortadas e participo da tentativa de James de começar uma campanha de 2ª edição (apenas uma sessão). Todas acabam em desastre. A maconha provavelmente não ajudou.

Março de 1998: conheço minha esposa. Tendo crescido no México, ela nunca tinha ouvido falar de D&D antes de me conhecer.


2000–2002: a 3ª edição de D&D é lançada. Compro os livros e mestro algumas partidas, principalmente para meu amigo Kris e alguns conhecidos cujos nomes já esqueci. Em 2002, encerro de vez. Continuo, porém, colecionando a edição BECMI (os conjuntos Mentzer, os Gazetteers de Mystara, a Rules Cyclopedia, Wrath of the Immortals), sentindo que é a versão mais “completa” de D&D. Faço muitas coisas solo com esse material. Em 2007, alguns textos que escrevi sobre os deuses gregos acabam sendo publicados no Vault of Pandius. No fim das contas, percebo que a edição BECMI é (ao mesmo tempo) excessivamente rígida e infantil para o meu gosto.

2003–2007: em algum momento desse período, passo a acompanhar The Forge e o movimento dos RPGs independentes, começando a estudar design de jogos. Tenho a ideia de escrever o “Grande RPG Indie Americano” (marca registrada pendente!). Tudo isso é porcaria, mas me coloca no caminho de levar os RPGs (e meu amor por eles) mais a sério. Não jogo D&D durante esse tempo, embora colecione e leia MUITOS outros RPGs. Pelo que me lembro, quase não joguei nada nesse período (talvez algumas partidas leves de jogos indie como Capes ou InSpectres com meus sobrinhos). Perto do fim dessa fase, alguém publica um relato de jogo no The Forge contando como tentou jogar um velho Basic D&D “seguindo o livro à risca” [BTB, "by the book"]e descobriu que foi, na verdade, divertido.


Por volta de 2008: lendo uma entrevista com o designer indie Kenneth Hite, descubro o blog Grognardia de James Maliszewski e caio de cabeça na toca do coelho dos blogs de D&D da velha guarda. Isso me leva a vários sites, sendo o mais influente o Ode to Black Dougal, de Pat Armstrong. Movido pela nostalgia e pelas lembranças do meu primeiro RPG, decido “voltar ao começo”, ao ponto em que meu amor pelo hobby nasceu.

Junho de 2009: escrevo rapidamente uma lista de 100 possíveis posts (para garantir que eu teria conteúdo) e lanço o blog B/X Blackrazor.

2009–2011: jogo D&D B/X regularmente, principalmente offline (presencialmente), às vezes mestrando para nove ou dez jogadores em meu bar local. Esse período de três anos corresponde mais ou menos ao tempo que passei jogando B/X no início da minha trajetória (1983–1985). Escrevo livros (de B/X) nessa época que ainda são vendidos até hoje.

19 de janeiro de 2011: nasce meu filho, Diego.


2012: começo a desenvolver outros jogos: Cry Dark Future (2012), Five Ancient Kingdoms (2013), vários jogos “indie” e outros de gêneros diferentes usando o chassi do B/X como base. Na época, se alguém me perguntasse, eu provavelmente diria que estava mostrando a versatilidade do sistema (ou escrevendo meu próprio fantasy heartbreaker, no caso do 5AK). Contudo, hoje acredito que eu estava começando a esbarrar nas limitações do sistema B/X... estava ficando entediado. E começava a me cansar de ter que escrever meu próprio “material de apoio” para o sistema.

2013–2016: estou vivendo no Paraguai até agosto de 2016. Durante esse período, não jogo D&D. Reflito sobre o jogo, leio sobre ele, escrevo no blog, trabalho em alguns “novos” heartbreakers. Muita coisa acontecia comigo (mental e emocionalmente), e meus pensamentos sobre RPGs eram bem dispersos. Li bastante sobre D&D graças aos livros do Alexis... mas tive dificuldade em compreender completamente alguns dos conceitos que ele tentava transmitir.

21 de abril de 2014: nasce minha filha, Sofia.


2016–2018: sem jogos. De volta do Paraguai, mas ocupado demais com os filhos pequenos, uma nova escola e a transição para esse papel de “pai americano que fica em casa”. As postagens do blog dessa época são deprimentes... relendo algumas, tenho a impressão de um cara que precisa de ajuda, mas não sabe como pedir, porque nem percebe o quanto está perdido. O blog seguia apenas para satisfazer o ego com uma sensação de “relevância”. Ugh.

Agosto de 2019 (45 anos): chego ao fundo do poço enquanto participo da convenção Dragonflight. Lá, tenho a oportunidade de jogar quatro sessões de Basic D&D (três delas de B/X!) com quatro Mestres diferentes. Chego à conclusão de que terminei com B/X como meu “jogo principal”. Ainda é... e sempre será... uma excelente ferramenta para aprender os fundamentos de Dungeons & Dragons.

Por volta de agosto de 2019: descubro o blog de Anthony Huso.

Por volta de 2019–2020: descubro (e começo a acompanhar) o divertido podcast GrogTalk. Como eles moderam a linguagem, às vezes ouço o programa com meu filho (especialmente quando estamos só nós dois em longas viagens de carro para jogos de futebol).

Outubro de 2019: decido que a única maneira de eu voltar a me sentir satisfeito com D&D é me comprometer de corpo e alma a conduzir uma campanha, em vez de sessões únicas. Assim como eu não fazia desde os 17 anos.

Fevereiro de 2020 (46 anos): mestro para meus filhos a primeira aventura de B/X deles.

Março de 2020: a pandemia de COVID-19 atinge em cheio. As escolas (e praticamente tudo mais) fecham.

Abril de 2020: decido voltar aos Little Brown Books [LBB] e jogar OD&D com meus filhos, acreditando que poderia simplesmente acrescentar ao jogo (a partir de suplementos, regras caseiras etc.) o que fosse necessário para a campanha. Nesse ponto, ainda achava que “mexer nas regras” seria o caminho para chegar ao jogo que eu queria. Ridículo. Isso durou cerca de um mês antes de eu encerrar. Fico seis meses sem jogar D&D.

Novembro de 2020 (47 anos): começo a mestrar AD&D para meus filhos, ensinando a eles o jogo Avançado.

Fevereiro de 2021: aproveitando um Total Party Kill, reinicio a campanha de AD&D do zero, usando o estado de Washington (e o Noroeste do Pacífico em geral) como cenário de campanha. Meu mundo já existe há 17 meses... mais tempo do que QUALQUER "campanha de B/X" que eu tenha conduzido na época de Baranof.

30 de junho de 2022 (hoje, 48 anos): já faz quase dois anos que venho mestrando exclusivamente AD&D; mal começamos a arranhar a superfície do jogo. O sistema é tão robusto... e tão profundo... que não prevejo esgotar suas possibilidades tão cedo. Na verdade, a menos que eu me canse do meu mundo (o que é difícil de imaginar, considerando que ele é “meu” e posso refazer qualquer parte dele, a qualquer momento que eu quiser), não vejo como o jogo poderia acabar. Ele só pode crescer e se tornar mais desenvolvido com o tempo.

Atualmente, os livros de AD&D estão disponíveis tanto em formato digital quanto sob demanda para impressão no DriveThruRPG. Recomendo que todo jogador de D&D que ainda não possua adquira cópias do Players Handbook, Dungeon Masters Guide, Monster Manual e Fiend Folio. O Monster Manual II, o Deities & Demigods e o Unearthed Arcana têm elementos úteis, mas não são estritamente necessários para jogar.

Certo, isso é tudo por hoje.

∞ BlackRazor ∞

1. https://bxblackrazor.blogspot.com/2022/06/full-circle.html
2. https://dustdigger.blogspot.com/2025/05/a-2-edicao-ainda-nao-e-old-school.html

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