sábado, 8 de março de 2025

Por Que Incluo Coisas Horríveis em Minhas Campanhas de RPG de Mesa

(Tradução, com permissão do autor, do texto presente em [1], publicado em janeiro de 2025)

“Nos novos livros, os elementos mágicos e épicos são combinados com personagens que possuem paixões genuínas, preocupações adultas e motivos complexos. Parece que, nos melhores deles, em breve não poderemos mais descobrir heróis ou heroínas, mas sim ler sobre pessoas reais. Será interessante ver se a forma conseguirá suportar essa tensão!” + The Heros and The Heroines, Michael Moorcock

Um tópico que surge de tempos em tempos nas discussões sobre jogos de RPG é a questão do que é apropriado incluir em um jogo. O que deveria [2] ser permitido?

A resposta curta que dou é: o que quer que o designer, o editor e os jogadores do jogo desejem.

 

Velho argumento. Mídia diferente.


Pouco depois da publicação dos primeiros quadrinhos, surgiu uma discussão sobre o que deveria estar neles [3]. Isso resultou na criação da Comics Code Authority, um acordo entre as principais editoras e distribuidoras para censurar os quadrinhos. Esse código desapareceu porque as editoras encontraram maneiras de contornar os censores e os livros com temas mais maduros fizeram enorme sucesso.

Houve muitos debates sobre se temas maduros deveriam ser "permitidos" nos RPGs de mesa. De modo geral, esse conteúdo tem sido evitado. Embora as empresas de jogos tenham estabelecido diretrizes de conteúdo desde os anos 80, não há uma autoridade que impeça alguém de publicar o que quiser.

O que impediu os jogos com temas sombrios de se tornarem populares foi a mentalidade dentro do próprio hobby.


Entusiastas de RPG que querem jogos maduros foram deixados de lado


Os principais editores de RPG evitam criar jogos para públicos maduros porque, sempre que o fazem, são acusados (por uma minoria pequena, mas barulhenta) de serem pessoas horríveis que defendem crenças terríveis ou incentivam comportamentos terríveis.

Se aplicarmos essa lógica a outros meios de entretenimento, a estupidez dessa ideia se torna evidente.

Esse é o mesmo tipo de retórica usada para atacar a música heavy metal durante o Pânico Satânico dos anos 80.


Culpa por associação


Uma das razões pelas quais jogadores evitam comprar RPGs com material maduro é que essa mesma acusação absurda é feita contra qualquer um que tenha interesse em jogar um desses jogos.

"Oh, você gosta desse jogo? Então você deve ser um sexista / psicopata / pervertido / racista / fascista / comunista / imperialista..."

domingo, 2 de março de 2025

Definindo Dungeons

(Tradução, com permissão do autor, do texto presente em [1], publicado em fevereiro de 2023)

"Uma breve classificação das 'dungeons' (enquanto locais de aventura estruturados), baseada em seus tamanhos..."

Ainda estamos aqui nos primeiros dias frios de 2023, e o mundo dos blogs de RPG continua entusiasmado com o desafio Dungeon 23, uma ideia inspirada de Sean McCoy para criar uma grande masmorra ao longo do ano de 2023, escrevendo apenas uma entrada de sala por dia. Quem sabe quantos persistirão através do longo ano, mas vou usar meu cartão de "velho experiente" e contestar o termo "megamasmorra" para algo com meros 365 cômodos. Claramente, esse desafio está criando uma masmorra muito grande, mas será que é realmente uma megamasmorra? Não concederei esse título. Eu classifico esse tamanho como a respeitável e honrada kilomasmorra, que já é impressionante o suficiente.

Sempre classifiquei masmorras (neste caso, qualquer estrutura de aventura tradicionalmente preenchida, não apenas do tipo subterrâneo) em quatro categorias: Covis, Masmorras, Kilomasmorras e Megamasmorras. Isso não apenas significa que não deveríamos conceder o termo "megamasmorra" à maioria dos produtos publicados com esse nome, mas também implica que a grande maioria das "masmorras" publicadas provavelmente nem deveria receber essa honra.